"MARIANA nos convida para uma interessante jornada, emprestando-nos “seu olhar” para mostrar,
através da narrativa de seus pensamentos, sentimentos e emoções, tudo que existe além das “DIS-HABILIDADES”.
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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Marli, a primeira amiga



Era inicio de tarde de um dia ensolarado, no céu as nuvens começavam a se movimentar rapidamente ficando carregadas, ameaçando chuva.

Mesmo assim, Mariana que brincava no quintal resolveu explorar além da cerca que demarcava os canteiros de flores e hortaliças. Seguiu adiante no caminho de terra batido, rumo ao fundo do quintal, lugar menos utilizado por todos, onde havia árvores grandes e arbustos, alguns pés de laranja e de limão. Do lado esquerdo, mais perto do muro podia se ver uma pilha de tijolos e uma escada repousando ao lado que há muito ali estavam, com mato crescendo em volta.

Mariana resolveu investigar se podia encontrar algo pra brincar ali perto dos tijolos.
“Quem sabe?” - Pensou ela.

Assim que chegou perto do muro ficou surpresa.
Descobriu um buraco na parte de baixo do muro, atrás da pilha de tijolos e do mato.
Pensou que poderia ser por isso que os tijolos estavam naquele lugar.
Se aproximou devagar e olhou através do buraco. Que surpresa!!!

De lá podia se ver outro quintal... e mais distante um pouco a casa do vizinho.
Viu que lá moravam pessoas que ela podia observar dali daquele lugar.
Ficou muito agitada com a descoberta, mas resolveu voltar pra casa. Os pingos de chuva começavam a cair.

Voltou correndo.
Ficou lá bem quietinha pensando sobre o que tinha descoberto, ainda com o coração batendo forte. Logo, sua cabecinha se pôs a pensar no que tinha visto: um buraco no muro de onde podia ver o outro lado!!!

Os dias se passaram e o buraco tornou-se parte de sua rotina.
Sempre ia visitar aquela janela que se abria para o outro lado.
Logo descobriu que havia uma menina morando naquela casa.
Foi um susto!!!

Depois, aos poucos, se encheu de curiosidade e começou a ficar com vontade de entrar em contato. Esta poderia ser uma grande ideia!!!

Um dia a menina se aproximou, mas ela ficou com medo de chamar.
Outro dia a menina estava tão perto que as duas acabaram se olhando... Assustadas saíram correndo de perto do muro.

Penso que foi logo depois do Natal que Mariana teve outra ideia.
Ela tinha ganhado do Papai-Noel um conjunto de mesinha e cadeirinhas, um jogo de panelinhas de alumínio e um jogo de chá cor de rosa decorado com florezinhas.

Mariana levou seus brinquedos para perto do muro.

Montou a mesinha, sentou na cadeira e colocou as panelinhas e as xícaras sobre a mesa. Ficou esperando a menina aparecer.
Que surpresa!!!

A menina veio e se aproximou.

Mariana mostrou seus brinquedos para a menina do outro lado do muro e sentadinha ao lado da mesa ficaram ali conversando.
As duas ficaram amigas e por algum tempo elas puderam brincar assim através do muro. Mostrando as bonecas, tomando chá na xícara cor de rosa...

Os meses passaram e as aulas começaram.
Marli, sua amiga do muro, tinha que ir para escola.
Foi chorando muito que Mariana viu sua amiga ir para a escola, não querendo ir.
Suas tardes nunca mais foram as mesmas.
Mariana havia perdido sua amiguinha pra escola.

Mesmo assim marcou na memória: quando tivesse que ir pra escola não iria chorar.
Ela iria ficar muito contente.
Fez essa promessa pra ela mesma.

Foi assim que Mariana encontrou e ao mesmo tempo perdeu sua primeira amiga.
Mariana, logo se mudou para a casa nova, no Jardim, onde viveu sua infância onde podia brincar com as crianças na rua e no quintal.

Nunca esqueceu aquela sua primeira amiga!!!
Até hoje ela pensa encontrá-la. Aquela amiga de infância chamada Marli, que morava na rua Vergueiro, no bairro do Paraíso.


Escrito por Mariana (Suely Nassif)



Como é o seu nome? Você se chama Marli?
Quando você tinha 7 anos, você morou na rua vergueiro, perto da igreja Sta Generosa?
Estou à sua procura.

3 comentários:

  1. Suely, esta sua estória me fez lembrar de um buraco no muro do quintal da minha própria infância!
    Meu pai era muito bravo e não deixava a gente ir brincar na casa vizinha, onde moravam três meninas mais ou menos da nossa idade (minha e dos meus irmãos).
    Minha mãe era boazinha, mas tinha medo do meu pai, então cumpria suas ordens.
    Por outro lado, a mãe das meninas é que era brava – elas também não podiam vir brincar na nossa casa.
    Mas… havia aquele buraco no muro, hehe… e ele ficava escondido atrás de um pé de laranja Bahia, cuja copa ia até o chão, formando uma cabana, onde gostávamos de brincar.
    Meu pai nunca entrava ali… ele era grande demais!
    E nossas mães estavam sempre muito ocupadas para ir até o quintal verificar o que estávamos fazendo. Afinal, o que poderíamos estar fazendo de errado lá?
    Assim, o buraco virou uma passagem secreta, por onde circulávamos de um quintal para o outro, inventando mil histórias e brincadeiras.
    Nem sei quanto tempo durou essa festa. Só sei que um dia – sabe-se lá como – meu pai descobriu o buraco e fechou-o.
    Nos primeiros dias, ficamos bem frustrados… mas… criança tem uma imaginação criativa incrível!… havia uma mexeriqueira bem junto daquele muro… a maioria dos galhos ficava no nosso quintal, mas alguns haviam crescido para o lado de lá!
    Nem preciso contar o final dessa estória, não é? :)
    Bjs
    Vera

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  2. Que incrível!!
    O que vocês fizeram depois?
    Voces pularam o muro?
    Quero saber o final da história!!!

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  3. CLARO!!! :)

    A gente subia na mexeriqueira pelo nosso lado, se pendurava nos galhos que davam pro outro lado e pulava pra lá.

    Pra voltar, usávamos uns caixotes que estavam sempre por ali, pra alcançar o galho, e fazíamos a trajetória inversa.

    Nós usávamos as árvores dos dois quintais como se fôssemos macacos, rsrsrs
    No quintal vizinho tinha um abacateiro imenso (na nossa perspectiva de então) onde muitas vezes passávamos horas - cada um no seu galho - imaginando que aquilo era um escritório, uma casa, um circo...

    Qdo penso nas coisas que a gente fazia qdo criança, só posso acreditar que existem Anjos da Guarda! E que demos bastante trabalho pra eles!

    Bjs
    Vera

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