Mariana devia ter seus 9 anos.
Em um dia desses, em meio as brincadeiras,
Num tempo, logo após o Natal...
Teve um pensamento...
Teve um desejo...
Foi assim... quase como uma luz que surgiu em sua mente.
QUERIA UMA BONECA QUE FOSSE GENTE DE VERDADE
que pudesse cuidar de verdade...
não queria mais só brincar de faz-de-conta.
Ela estava muito triste.
Estava chorando, trancada no banheiro.
Ela tinha nas mãos a boneca que ganhara no Natal.
Era o seu bebê de borracha, que tomava mamadeira e molhava a fraldinha.
Última novidade em bonecas!!!
O Papai Noel tinha trazido.
Ela tinha sonhado tanto com aquele bebê...
Ele tinha durado tão pouco tempo!!!
Sua tristeza era enorme.
Lembra ainda da cena, que acabara de acontecer.
Estava brincando no quintal, com seu bebe deitado no bercinho.
Quando o cachorro o encontrou e achando que também podia brincar...
saiu com ele na boca, no meio dos dentes.
Foi um custo resgatar o boneco!!!
Ela ainda sentia o tremor que invadira seu corpo...
ao receber de volta seu bebe...das garras do cachorro,
sem saber ao certo o que tinha acontecido.
A borracha tinha resistido...
mas o bebe tinha ficado para sempre sem aqueles seus os olhos azuis!!
Foi com essa grande tristeza que Mariana se trancou no banheiro naquele dia.
Só se acalmou depois que teve aquela ideia: um dia iria ter um bebe de verdade!!
Mariana, brincou com seu bebe de boracha por muitos e muitos anos...
Com aquele seu boneco tão desejado, que tinha ficado sem os olhos.
Mariana toda vez que olhava pra ele imaginava
que ele tinha olhos de verdade...
aproveitava assim e imaginava o dia que teria seu bebê de verdade!!!
Por Suely Laitano Nassif
Delicada e sensível esta história de Mariana!
ResponderExcluirFico imaginando a continuação…
Mariana enxergando através daqueles olhos imaginários do seu bebê…
Como seria o mundo percebido por um bebê de borracha, tão amado que provavelmente já tinha até criado um coração?
Suely, estou até assustada logo após ler seu texto, explico: nunca havia lido nada que se parecesse tanto com meu estilo, forma de expressão, abordagem psicológica e escolha temática. E fica estranho dizer, mas adorei. Entendi a Mariana, seu cão e seu bebê de borracha. Entendi voce, com seu olhar de observadora do outro. Sabio o Jorge, que percebeu estas semelhanças e sugeriu que nos conhecessemos. Precisamos conversar mais pra tentar entender esta proximidade literária. Com calma lerei os outros textos do blog. Um grande abraço,
ResponderExcluirElô