"MARIANA nos convida para uma interessante jornada, emprestando-nos “seu olhar” para mostrar,
através da narrativa de seus pensamentos, sentimentos e emoções, tudo que existe além das “DIS-HABILIDADES”.
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terça-feira, 1 de junho de 2010

O que são os Novos Letramentos?

Trata-se de uma teoria que foi desenvolvida a partir das idéias de Freire (1975) e que tem embasado pesquisas em países como a Austrália (Snyder & Lankshear, 2000), Canadá (Kellner, 1995), Estados Unidos (Giroux, 2006), Brasil (Soares, 2004), entre outros.

No Brasil, a palavra letramento surgiu na década de 1980, como tradução da palavra literacy, para substituir a palavra alfabetização, trazendo uma mudança de paradigmas na visão do ensino-aprendizagem de leitura e escrita, que deixou de ser visto como um processo meramente decodificatório e passou a ser encarado como um processo mais amplo, de construção de sentido.

O foco dessa linha de pesquisa, portanto, está nos usos sociais da leitura e da escrita, levando em consideração os modos de ler e de se expressar através da escrita em uma sociedade multimodal, ou seja, com diversos tipos de texto, como hipertextos, imagens, ícones, sons, etc., sempre levando em conta que se trata de um processo que nunca é neutro e que não permite apenas uma interpretação, ou seja, que o sentido de um texto é construído na relação leitor-texto-contexto.

Letramento, portanto, significa o desenvolvimento de estratégias que possibilitem toda e qualquer prática social que envolva leitura e escrita, voltada para a construção de sentido e para o desenvolvimento da autoria (Foucault, 2004), ou seja, voltada para uma autonomia do indivíduo neste processo, ajudando-o a se apropriar do próprio texto, deixando de apenas buscar um significado pronto no texto de outros e a utilizá-lo como modelo para o seu, mas, ao contrário, transitar pela leitura e pela escrita de maneira autônoma, apropriando-se do sentido que quer imprimir ao próprio texto.

Essa teoria faz parte da área de estudos da Filosofia da Educação, uma linha que reflete sobre todas as etapas do processo educacional, ou seja, sobre que valores e ideologias estão por trás das práticas pedagógicas propostas e que conseqüências essas práticas tem no processo de formação do indivíduo como um todo.

Se pegarmos como imagem uma árvore, a Filosofia da Educação está interessada nas raízes desta árvore, ou seja, no que não pode ser observado num primeiro olhar, enquanto que outras teorias educacionais preocupam-se com o tronco, que representa as metodologias de ensino e as folhas e frutos, que representam os resultados dessas metodologias, porém, sem refletir acerca das ideologias que sustentam essas metodologias e esses resultados.

Renata Quirino de Sousa

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