"MARIANA nos convida para uma interessante jornada, emprestando-nos “seu olhar” para mostrar,
através da narrativa de seus pensamentos, sentimentos e emoções, tudo que existe além das “DIS-HABILIDADES”.
------------------------------------------------------------------

Pesquisar neste blog

domingo, 30 de maio de 2010

Esta pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável...



"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para os filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Renata Siqueira

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Educação

sábado, 29 de maio de 2010

O menino de olhos azuis

Mariana compartilhou comigo muitas historia que eram fruto de suas lembranças de infância.
Ela escreveu:
Tinha pouco mais de dois anos.
Pouco sabia do mundo, mas sabia que tudo girava em torno de mim... não suspeitava que pudesse ocorrer alguma mudança nessa minha vida tranqüila...
Vida de criança pequena: dormir, acordar, comer... pesquisar tudo à minha volta... brincar...e dormir outra vez.
Até que um dia, tudo mudou.... sem que me desse conta.

Como era pequena, não podia ver direito quem dormia no berço, mas podia ver quando ele estava no colo. Para mim, ele sempre estava no colo... ele sempre estava chorando.

Tenho uma lembrança muito viva, de estar brincando no corredor, ao lado da cozinha, naquela casa do Alto da Boa Vista, com minhas bonecas e minha cadeira de balanço. Meio contrafeita, posso ver minha mãe com ele no colo, fazendo comida... Esta é uma memória fotográfica que tenho registrada...
Foi assim que, aos poucos, fui me acostumando com a presença do meu primeiro irmãozinho.

Ele era um menino tranquilo, de olhos azuis... de cabelo e pele clara, meu primeiro companheiro de brincadeiras... com quem compartilhei todos aqueles anos mágicos do início da vida.
Foi com ele que descobri os primeiros jogos e travessuras.
Meu irmão de olhos azuis teve um grupo grande de amigos, vizinhos da rua... com quem brincávamos durante todo o tempo em que não estávamos na escola... Bons tempos aqueles! Inesquecíveis!

Foi com ele que iniciei meus estudos naquela nova escola. Eu fui para o primeiro ano ele foi para o pré.
Naqueles primeiros anos, nós dois sofríamos as mesmas reprimendas severas... por não acompanhar a classe como o esperado. Deste modo, sempre íamos assistir aula numa classe abaixo da nossa. Lembro-me da revolta e da humilhação de descer as escadas... para ir para a outra turma.
Pude compartilhar com ele esse sentimento de exclusão.
Seguimos assim, com altos e baixos, até o final do primário, com essa referência de que ele era o último da classe. Que tristeza!

Mas a escola de freiras tinha apenas os 4 primeiros anos, o primário.
Tínhamos que mudar de escola.
Ele foi para o Arquidiocesano. E, frente às exigências de mudar de escola, de ser o primeiro filho, ele passou a ser “o primeiro aluno da classe” pelo resto de sua vida escolar... e mesmo depois, na faculdade. Ele passou a ganhar medalhas de honra ao mérito todos os anos, na festa de encerramento do ano letivo. Que mudança!

Diante de tamanho feito, ele ganhou alguns privilégios exclusivos. Nosso tio, Antonico, que morava no Rio de Janeiro, passou a vir todos os anos para prestigiar os seus feitos. E fez isso por todos os anos até a formatura do meu irmão na faculdade. Como reconhecimento às suas conquistas, meu tio lhe deu de presente, como relíquia de família, a escrivaninha que fora do seu filho.
Seguindo o prestigio conquistado, alguns anos depois, na casa nova, ele ganhou seu quarto de estudo, no anexo sobre a garagem... que era só dele, com direito a escolher uma escrivaninha nova ao seu gosto, que ainda hoje está na casa da mamãe. Era coisa cara, era coisa boa!!!
Enfim, ele merecia!

Foi assim que ele se tornou um “herói”...
o filho mais velho do meu pai, que todos aprenderam a olhar com admiração!

Eu não consegui acompanhá-lo, nos anos do ginásio... continuei com as mesmas dificuldades.
Só consigo me tornar uma boa aluna no colegial.


Suely Laitano Nassif
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Era uma vez... As Histórias de Mariana
Ir para o Conta-Reconta: O menino de olhos azuis

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Como eu Escrevo...



Escrever me faz bem, prioritariamente.
Quando escrevo coloco para fora pensamentos e sentimentos inteiros e intensos, reorganizando-os, refletindo sobre o objeto da vez, construindo ou arrumando partes da minha vida.
A inspiração vem de muitas maneiras, principalmente quando estou tomando banho ou dirigindo meu carro, muitas vezes preciso mandar um recado para mim mesma a fim de não perder ideias, mando torpedos, recados para minha secretária eletrônica, e-mails para mim. Depende de onde estou e onde vou poder parar para escrever mais tarde.

Às vezes começo a escrever baseada numa frase que escutei ou li de alguém que admiro, algum amigo ou familiar, sento-me aqui, à frente do computador, lembro daquela frase ou ideia, penso na base, no que será o coração do que quero dizer, isso dura uns segundos, aí começo a colocar no “papel” tudo o que vêm a minha mente, deixo fluir, fluir, sem filtro algum.
A ideia vem inteira, dificilmente ela se completa depois, acho que sou bem simplista neste caso.

Quando estou escrevendo, converso comigo mesma, me pergunto se é isso mesmo que quero colocar, e o incrível é que as respostas vêm instantaneamente, como se eu tivesse duas mentes conversando dentro da minha cabeça. Muitas vezes sinto algumas sensações especiais, como por exemplo, quando falo de alguém muito especial para mim e meu coração palpita forte no peito. Ou quando estou desabafando e fico suando frio e ofegante.

Em alguns textos procuro ser subliminar, gosto do mistério das palavras, gosto de me enxergar nelas de maneira sutil e surpreendente. Amo brincar com as palavras e termos.
Ao terminar minha escrita, sempre, sempre releio pelo menos 2 vezes, a 1ª corrigindo a linguagem em nível de coerência e coesão, ortografia e gramática, a 2ª tentando ter um olhar de leitora, onde busco perceber se vou agradar quem ler ou se estou me fazendo entender.

Gosto de escolher a fonte, a cor, o tamanho, incluir fotos ou figuras, tudo harmonizado com a ideia principal. Isso é feito mesmo quando mando recadinhos para amigos, faço cartões de aniversário ou cartas profissionais.

Depois de concluído ou publicado, releio diversas vezes, em variados momentos, me importo com a perpetuação desta escrita, por isso gosto de revisitá-la também depois de algum tempo. E dificilmente tenho vontade de mudá-la. Isso é incrível, é a confirmação de que escrevo com fidelidade ao que penso e sinto.

Quer me agradar? Comente um texto meu, nem que seja pessoalmente, mesmo que seja uma crítica, me faz entender se o que é tão importante para mim, também o é para alguém.
Escrever é registrar marcas da minha alma e perpetuar minha existência.
É maravilhoso!

Renata Siqueira

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Educação

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dislexia...



Distúrbio responsável pelas dificuldades de milhões de crianças...
Tem sido usada para justificar o fracasso escolar e a evasão.









Suely Laitano Nassif
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Neuropsicologia

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Introdução

Lembro-me, como se fosse hoje, daquela garotinha que entrou no meu consultório em um início de tarde. A mãe trouxera Mariana, por indicação da escola, por apresentar problemas de leitura e escrita.

Tinha, nos olhos quase verdes, aquele ar de quem tudo desejava conhecer; pele clara, contrastando com duas tranças caídas para trás. Parecia perceber tudo à sua volta, com aquela curiosidade de quem sempre está em busca de novas brincadeiras e, ao mesmo tempo, mostrava-se acanhada e tranqüila.

Devia ter seus onze anos quando veio pela primeira vez. Era a mais velha de quatro irmãos. Tinha iniciado as primeiras letras em uma escolinha de bairro. Havia completado o primeiro ano e passado para o segundo, quando os pais resolveram mudá-la de escola, pois o irmão menor também precisava iniciar o pré-primário. A escola escolhida ficava distante, em outro bairro. Era uma escola de freiras. Apesar da distância, tudo tinha ficado arranjado. O pai a levava pela manhã e a mãe a buscava na hora do almoço. No entanto, passado o primeiro mês de aula, ela não conseguia acompanhar as aulas do segundo ano. Ela não estava alfabetizada.

A coordenadora falou com os pais e Mariana mudou de classe, mudou de professora, mudou de colegas, voltou para o primeiro ano, para iniciar a alfabetização. Esse inesperado causou um grande impacto, difícil de ser assimilado, que marcou sua vida escolar para sempre.

A classe do primeiro ano era de crianças menores, deste modo, ela passou a ser uma das mais altas da classe e, por esta razão, ocupava as carteiras do fundo, sentindo-se envergonhada, não conseguindo participar das atividades como me relatara mais tarde.

A professora havia indicado um oftalmologista, mesmo assim não conseguia acompanhar as atividades. Deste modo, havia passado do primeiro para o segundo, e do segundo para o terceiro ano, com muitas dificuldades. Estava no terceiro ano quando veio me ver, já usava óculos e apresentava as mesmas dificuldades, sentindo-se oprimida por sua incapacidade.

Nesta ocasião, já havia encontrado uma forma para se expressar, para se sentir menos pressionada e melhorar sua auto-estima. Tinha descoberto sua facilidade com os números e a solução de problemas. Deste modo, dedicava-se exclusivamente ao estudo da matemática, passando o tempo construindo possibilidades para solucionar problemas, construindo brincadeiras com números. Juntara a essa habilidade seu gosto por criar e contar histórias, de inventar palavras novas para se expressar, mostrando-se muito sensível e imaginativa. História e geografia lhe pareciam fáceis para aprender, mas a dificuldade de escrever era um empecilho.

Encontrara mais outra habilidade com os lápis de cor e os pincéis.

Mariana me contou muitas histórias sobre sua vida até aquele momento. Mais tarde, quando começou a escrever sobre suas lembranças, compartilhou comigo suas histórias...

Suely Laitano Nassif
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Era uma vez... As Histórias de Mariana

domingo, 23 de maio de 2010

Uma Reflexão sobre a Educação...

Que papel tem a escola nas dificuldades de uma criança que se encontra fora dos padrões por ela exigidos? Todas as crianças aprendem da mesma forma? Será que a escola leva em conta as diferenças cognitivas na preparação para os usos da leitura e da escrita na vida adulta?

Café Filosófico: "Educação com Viviane Mosé"

Estes vídeos, contém trechos da palestra da filósofa Viviane Mosé para o Café Filosófico da TV Cultura, e traz reflexões importantes acerca de como o trabalho pedagógico costuma ser concebido e quais as consequências deste modelo para o processo de letramento.

Renata Quirino de Sousa

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Letramento: Conceitos Básicos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Nasceu o blog do livro...

"AS HISTORIAS DE MARIANA: a menina que queria ser escritora"

fala das dis-habilidades de leitura e escrita.

Mariana, desde pequena, gostava muito de contar historias!!!
Queria ser escritora.
O que parecia impossível pois não conseguia nem ler, nem escrever corretamente.
Este foi sempre seu enorme desafio... sua jornada do heroi: Escrever...

Escrever o que via... o que sentia...
que de tão forte que era... não conseguia se calar...
porque as palavras ficavam la dentro querendo sair...
mas ela não tinha como... escrever...

então e la falava... falava... falava... e falava muito...
todas aquelas historias que criava... que sonhava poder escrever...
falando de lugares... situações... encantamentos...
mas tambem de dores... descobertas... sentimentos.

Foi assim que o sonho... de tanto ser sonhado...
Um dia se tornou realidade.

Ela pode enfim escrever... "com a ponta dos dedos" a emoção que sentia...
e que precisou calar por tanto tempo...
e as historias começaram a vir...
uma a uma vindas das lembranças contidas...
que podiam enfim ser escritas em forma de palavras...
e foi assim que um dia Mariana se tornou uma escritora.

Hoje, ela não se importa mais se as historias são boas ou más...
bem ou mal escritas...
elas simplesmente podem ser escritas.

Suely Laitano Nassif

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ir para a página: Era uma vez... As Histórias de Mariana

quarta-feira, 12 de maio de 2010

CONVITE

Renata,
Sempre penso...
Que não devemos viver sozinhos a experiência fascinante da vida...

É necessário o outro.
É necessário a troca com o outro que
nos afirma, nos amplia...

Sei que o outro pode não ser só isso.
Mas
Veja o que você me possibilitou...
repensar os problemas de leitura...
dessa forma assim ampliada...
Pois afinal de que leitura estamos falando?
Ler para mim sempre foi uma grande viagem em busca do símbolo escondido que era preciso desvelar...
nunca algo pronto ...
definido em contornos...
uma vez que , estes eu não possuía.
Quero muito escrever com você o que for possível escrever sobre a tal “DISLEXIA”...
Do meu modo...
Do seu modo...
Como for possível escrever.

Você aceita?

Suely Laitano Nassif
Reapresentado em 27 de maio de 2011